domingo, 19 de abril de 2015

Barquinho de Papel

Sentado num banquinho de piano, Martelo uma nota sem valor. De repente um sorriso diferente E um jeitinho me dizendo que gostou. Sabendo que a vida não é boba Sabendo que surpresas podem vir, Fecho os olhos esperando tua boca Sinto teu cheiro mais gosto que jasmim. E FEZ PRA MIM UM BARQUINHO DE PAPEL COMO CRIANÇA EM CARROSSEL FESTEJEI POR COISAS SIMPLES E FEZ BROTAR O AMOR DE QUASE NADA RISCANDO O GIZ SOBRE A CALÇADA O NOME DELA COM O MEU. Uma carta, uma frase ou um rascunho. A liberdade se expressa num papel. Garranchadas com a letra ao próprio punho Com os versos parecendo um cordel. Parece que esse tempo se faz pouco Quando estou bem pertinho de você. Esse teu jeito, teu sorriso me faz bobo. Felicidade que eu tenho ao te ver.

sábado, 11 de outubro de 2014

Pensamento Solitário

Gosto tanto de você que até me perco
Quando estou tão só devaneio sem querer
Mas é assim um pensamento diferente
E a cada sentimento eu viajo com você.

Passa os dias me voltando as lembranças
Aumenta a esperança de um mundo tão feliz.

Parece bom
Esse sonho acordado fica tão intenso
Fico louco agoniado em cada momento
Quero logo te abraçar e sorrir te ver.

E desse jeito,
Fico em paz. Fico feliz. Fico bem mais tranquilo.
O teu cheiro é a alegria de que mais preciso
É um sentimento bom quem me faz crescer.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Faria tudo de novo

Se fosse um sonho não queria acordar,
Mas é a vida e eu preciso viver.
Viver assim não é difícil não
Você faz bem pro meu coração.

Cada minuto perto de você
É um motivo a mais pra ser feliz.
E se é um desejo que preciso ter
É teu carinho que eu quero sentir.

Se eu pudesse voltar
Eu faria tudo de novo.
Só pra ter você pertinho de mim.
O que eu posso dizer
É que meu coração é louco.
Eu confesso é muito pouco
Pra gostar tanto de você.

E se algum dia eu tiver que fugir.
Pra que?
Para de novo me encontrar com você
Porque?
Você em mim faz algo especial
Um sentimento além do normal.

Fico daqui distante imaginando
Vendo você indo embora algum dia.
Posso até ficar me lamentando,
Mas esse pensamento é ironia.

Se eu pudesse voltar
Eu faria tudo de novo.
Só pra ter você pertinho de mim.
O que eu posso dizer
É que meu coração é louco.
Eu confesso é muito pouco
Pra gostar tanto de você.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Paixão de adolescente

Eu fiz de tudo para ser feliz,
Eu fiz de tudo para crescer.
E cada dia pra que fosse certo
Eu fui sabendo como era viver.

E o meu sonho cada vez mais perto.
Ansiedade faz a mão suar.
Você me faz ser feliz em dobro
E ao mesmo tempo o futuro pensar.

A minha vida começou agora
Daqui pra frente é o que importa.
Por isso é tudo diferente.
É tudo tão perfeito.
E o mais bonito de nós dois
Ficou aqui.

Faz de mim um namorado seu.
Coração disposto a te amar.
E traz pra mim aquele beijo bom, moça linda.
Faz feliz meu jeito de sonhar.

Como funciona a escaleta.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A ligação

A Ligação

Quando criança viveu um pouco mais a frente de uma infância comum. Aprendeu a amar muito cedo, coitado. Apaixonou-se por uma amiguinha. Linda de doer, segundo ele. Muitos anos se passavam e não se esquecia desse pequeno romance unilateral. A menina nem imaginava esse amor todo. Ela era criança. Não entendia nem o que era isso. Só sabia brincar com seus oito anos. Não queria entreter-se em beijinhos sérios. O seu nome é Alexandra.
Raul não saía dessa época, talvez seja por isso que é muito irresponsável com a vida. Ainda é criança apaixonada. Naqueles tempos divertia-se com todas as brincadeiras que um moleque pode aprender. Não tem do que reclamar da infância. Foi boa. Foi excelente. Basta ver o sorriso de filho único e mimado. Ele era único, mas nunca só. Tinha muitos amigos, talvez até milhares. Em cada tempo tinha vários deles. Que sumiam com o passar dos anos. Com as mudanças de lugares. Teve pais ausentes, porém não lhe faltava cuidados. Era bom estudante, boas notas, bom comportamento. Passava férias em lugares distantes. Com parentes, tios, avós, primos dos pais. E cada lugar que visitava e feriava descobria muitas amizades e aventuras. Soube aproveitar bem o tempo de menino. Coisa que não aprendeu na adolescência.
Raul cresceu e não se esqueceu da sua amiguinha. Ficou jovem e já crescia os seus pêlos pubianos. Conheceu a garota em um lugar um pouco distante de onde morava. E buscou encontrá-la de algum modo. Se expressar de alguma maneira e recuperar o tempo perdido. A sorte foi a internet, endereços eletrônicos e sites de relacionamentos. Procurando insistentemente ele a encontra muito mais bela e saliente, através das fotografias. De início, Alexandra nem lembra quem era ele. Mesmo assim, os dois começam a trocar correspondências. E logo em seguida, telefonemas. Mas é só amizade, apesar de Raul ser apaixonado. Devido a este defeito as ligações começam a ser mais raras. Com intervalos mais longos. E nisso, passou – se dois anos ou mais sem se falarem. Ele a esqueceu. Não por completo, mas a paixão acabara.
Raul, nesse intervalo, já com dezessete anos, conheceu outra garota e, com esta, namorava. Olhando muito para trás não esquecia o amorzinho da infância. O sentimento acabou, mas as lembranças ficavam acorrentadas em sua mente tola.
Tinha o número de telefone da amiguinha guardado em uma agenda antiga. Em um momento lembrava-se dos episódios da infância. Segurou forte o telefone e hesitou um pouco em ligar. Após alguns instantes de dúvida, ligou. Com um pouco de medo de não ser reconhecido falou um pouco trêmulo:
 - Alô!
Para sua maior surpresa no outro lado da linha quem atende é um rapaz com uma voz rude e grosseira. Parecia mesmo que ele estava muito irritado:
 - Alô, quem é?
 - É... Por gentileza, Alexandra se encontra?
 - Quem é que está falando?
 - É um amigo antigo dela.
 - Ah! – ainda em tom irritado ele gritava – então é você que anda ligando para ela? Olhe, eu sou o namorado dela. Por favor, não ligue mais. Veja se você desiste dela. Não ta vendo que ela está comigo? Respeite o nosso namoro. Se eu te encontrar em algum lugar, te bato.
 - Mas veja... – e desligou o telefone.
Raul ficou surpreso. Já existia alguém na vida dela. Mas além desse “alguém” que gritava enraivecido, existia outro. Ela é fiel a este “alguém”, mas ele é muito ciumento. Raul desligou o telefone achando aquilo engraçado. Foi fazer as suas obrigações e logo em seguida o telefone retorna:
- Alô!
- Alô, quem é?
- Raul, pois não!
- Oi Raul! É Alexandra – estava aos prantos – eu queria pedir encarecidamente que não ligue mais pra mim. Nunca mais!
- Alexandra... – e mais uma vez o telefone é desligado sem poder responder.
Raul só queria conversar sem intenções. Desejava contar as novidades. Isso o entristeceu. Não teve tempo de respostas. De trocar informações. Ele escutou um “nunca mais”. Doía no peito de Raul. Sofria ardente. Não pelo fato de ter perdido alguém, mas só pelo fato de desarraigar do passado.

O passado deixava Raul preso nas suas expectativas futuras. O impedia de crescer e de projetar-se na vida. O velho ficava nele de modo espetacular. De maneira viva. A pior coisa para Raul é deixar o passado. Mesmo que ele seja ruim. Raul amava o velho porque se achava antiquado. O seu passado foi mais aventureiro e mais bem quisto.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Raul

Raul acordou com vontade de mudar. De fazer algo diferente. Revolucionar a sua vida e a algumas mais. Mas não consegue sair da mesmice e viver revolução. Apenas sonha com a vitória, porém anda na rotina de alguém cansado e angustiado. Vive limitado pelo seu próprio medo e acomodação. Sente pena de si próprio e, às vezes tenta rever conceitos nunca vivenciados ou aprendidos. Procura realizar provas sem preparos. E, deste modo fracassa todas as vezes. Reprova dia após dia, pois não pensa três segundos sobre o que deve fazer. Então levanta disposto a mais um dia sonhado e mal planejado. Acorda com vigor físico e empecilhos mentais. Raul demora na hora de mostrar a virtude. É covarde. É ignóbil. É vil.
Ele sabe. É ciente disso. Não consegue desgarrar do passado nenhum segundo. Vive lamentando as derrotas passadas ao invés de superá-las. Lembra dos acontecimentos pretéritos, e, ainda assim lamenta dizendo que devia fazer e falar diferentes do jeito que agiu. Mas não! Há uma cortina. Não só uma, mas duas ou três. Tampam o seu horizonte. Tão novo. Tão jovem. Tem uma catarata nos seus olhos. Doença de velho. Mas os velhinhos podem. Estão cansados de viver. Para que mais? Raul não se cura. Não admite o seu desdém. E fala todo dia que vai mudar:
- Ah! Eu vou mudar hoje.
Ele é uma estrada plana cheia de curva. Sempre disseram que ele devia ser como uma escada, sempre subindo. De degrau em degrau. A cada dia subindo um degrauzinho. Ele é diferente, para em certos lugares sem saber para onde ir. Almeja a estrada plana. É só isso que sabe fazer. Tem tantos talentos. Pernas boas para correr e subir escadas. Tanta sabedoria. Mas se cala na hora de falar. Tagarela no momento de silenciar. É só isso que sabe fazer. Coisas certas em horas erradas.
Se sente estranho diante de alguns. É louco. Parece mais um camaleão. Dissimulado. Mas não o é. Apenas busca adaptar-se em lugares esquisitos, com pessoas escabrosas. Sabe que é assim. Sabe que tem que ser assim.

Pessoa estranha. Sonhador e amarrado. Não é mesquinho. Tem muitos amigos, apesar de tudo. Tem aparência de brasileiro. E isto é crível. Pensa sobre tudo, mas todos discordam das suas idéias. Já disse, ele é louco, porém amigável. Tem amor e dissabor.